O papilomavírus humano (HPV) é a IST (infecção sexualmente transmissível) mais frequente e uma das mais comuns de forma geral. A previsão é que mais de 80% das pessoas serão infectadas em durante a vida.
O HPV pode ser considerado a causa do câncer de colo de útero, já que é identificado em mais de 99% dessas neoplasias, e está relacionado em percentuais variáveis a lesões malignas e benignas em outros locais (pênis, vulva, vagina, canal anal e orofaringe), em pessoas de ambos os sexos. O crescente registro de cânceres de ânus e de orofaringe, em homens e mulheres, tem preocupado autoridades sanitárias globalmente.
Ainda, o vírus do HPV é responsável por condilomas (verrugas genitais), que têm grande impacto do ponto de vista de saúde pública. Anualmente, são registrados milhões de casos em todo o mundo, com discreto predomínio na população masculina.
As vacinas HPV foram desenvolvidas com o objetivo primário de proteger as mulheres do câncer de colo de útero. No entanto, as evidências crescentes da participação do vírus como causa de doenças em diferentes partes do corpo em pessoas de ambos os sexos levaram a novos estudos com a vacina e à posterior inclusão em programas nacionais de vacinação para a prevenção de outras enfermidades e para a população masculina.
O HPV pode ser encontrado na região vaginal e anal, no pênis, na bolsa escrotal e até mesmo nas mãos, na maioria das vezes em pessoas que não têm qualquer sintoma. De acordo com a literatura médica, o HPV está presente em 70% das bolsas escrotais e 30% das mucosas vaginais. A transmissão ocorre quando a região infectada encosta na pele ou mucosa de outra pessoa, geralmente durante a relação sexual vaginal, anal ou oral.
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÃO, para prevenção, são essenciais a realização de exames preventivos (Papanicolau) periódicos e a vacinação. O uso de preservativos é importante, mas não impede totalmente a infecção, uma vez que o vírus pode ser encontrado em toda a região genital.
As vacinas contêm os tipos de HPV que mais causam câncer (oncogênicos) e verrugas genitais (não oncogênicos) em pessoas de qualquer sexo. Quanto mais precoce a vacinação, a partir de 9 anos de idade, maior é a efetividade, pois nessa fase a resposta vacinal é muito melhor e a probabilidade de já ter havido contato com o vírus é baixa. Mas a vacinação também traz vantagens para pessoas mais velhas e/ou que já foram infectadas, uma vez que previne mais de um tipo de HPV e podem reduzir o risco de reinfecções.
A vacina HPV4 protege contra os tipos 16 e o 18, associados a 70% dos cânceres de colo de útero e a outros cânceres, além dos tipos 6 e 11, causadores de aproximadamente 90% dos casos de verrugas genitais.
A vacina HPV9, que possui na formulação mais cinco tipos oncogênicos (31, 33, 45, 52 e 58), permite aumentar o benefício. Os estudos clínicos que compararam a eficácia de ambas as vacinas mostraram que a HPV9 ampliou a proteção de:
70% para 90% (câncer de colo do útero);
70-75% para 85-90% (câncer de vulva);
65% para 80-85% (câncer de vagina);
85-90% para 90-95% (câncer de ânus);
75-80% para 85% (câncer de pênis);
85% para >90% (câncer de orofaringe).
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A vacina está licenciada para todas as pessoas entre 9 e 45 anos.
A administração da vacina em homens e mulheres fora da faixa etária prevista em bula — especialmente pessoas com comorbidades associadas a imunocomprometimento e homens que fazem sexo com homens — traz benefícios e deve ser avaliada pelo médico.
Gestantes e pessoas que apresentaram hipersensibilidade grave (anafilaxia) após receber uma dose da HPV9 ou HPV4 ou a algum de seus componentes.
Em caso de gestação durante o tratamento, deve-se pausar a vacinação e continuar após o parto.
A idade do início da vacinação determina o esquema:
Meninas e meninos de 9 a 19 anos: duas doses, com seis meses de intervalo (0-6 meses);
A partir de 20 anos: três doses (0-2-6 meses);
Imunodeprimidos de 9 a 45 anos, independentemente da idade: três doses (0-2-6 meses);
Papilomatose recorrente, em qualquer idade: três doses (0-2-6 meses);
Vítimas de violência sexual: esquema recomendado para a idade.
Fonte: Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm)